2 de fev. de 2008

Nova Era

Esta manhã meu acordar foi proporcionado por um agradável friozinho nos pés, já que as duas meias pretas de bolinhas brancas que eu tinha calçado antes de me deitar na noite anterior não estavam mais lá. A luz do sol entrava por uma frestinha na persiana,que mesmo sendo minúscula fez com que eu não conseguisse mais dormir. Levantei e fui até o banheiro, lavei o rosto, escovei o dente, entre outros, e abri a porta do meu quarto. Encontrei meu pai de pé no corredor olhando para mim com cara de espanto. "Você está doente, menina?! São oito horas da manhã." "Pior é que estou doente sim", lhe respondi, meio que chocada com o horário, com uma voz ainda mais rouca do que que a minha linda voz matinal habitualmente é, "será que tem algum remédio para dor de garganta?". Meu pai me deu um remédio e eu decidi voltar a dormir. Fechei a persiana direitinho para que meu quarto ficasse escuro, botei minhas meias -uma estava entre o edredom e o lençol e a outra caída no chão- e me enrolei no edredom. Não sei se era por causa do meu nariz ardendo e do meu olho lacrimejando, se era por causa do gosto de remédio na minha boca, por causa do calor que eu passava enrolada naquele edredom ou por causa do frio que eu passava se o tirasse, mas eu não conseguia dormir. Às 8h30, me levantei e desci falar com meu pai. "Pai, não consigo mais dormir", disse a ele, que estava prestando mais atenção à TV do que a mim. Fiquei em pé na frente da televisão, fazendo com que ele me desse atenção e escutasse o que eu estava lhe dizendo. "Que tal a gente sair e comprar umas flores para a mãe?!" (Minha mãe, que semana passada tinha tido um ataque de estresse, teve mais um quinta-feira, foi para o hospital e descobriu que estava com síndrome do pânico. Desde então eu tento fazer coisinhas legais -como cartinhas em baixo da porta de manhã, café na cama todos os dias, aluguel de filmes água-com-açúcar, etc- para ela não se estressar, afinal o problema dela são esses ataques, quando ela não consegue respirar e o corpo inteiro começa a formigar, e ela começa a ficar com medo de morrer, o que faz com que o ataque piore ainda mais) Meu pai olhou para mim e sorriu, levantou e disse "Vai se trocar então que a gente vai na floricultura". Pus uma calça jeans que estava jogada na minha cadeira e uma camiseta branca, prendi meu cabelo e olhei minha cara inchada. "Uau, você acordou cedo mesmo. Quem sabe este seja o começo de uma nova era."
Desci e fui com meu pai para a floricultura. Vou admitir que fiquei com um pouquinho de sono no carro, mas bom, também não sou de ferro, eram nove horas da manhã, pelo amor de Deus. Compramos um girassol, que é a flor preferida da minha mãe, e voltamos para casa bem rápido. Puzemos pão, queijo, presunto, iogurte, vitamina, sucrilhos e leite numa bandeja e levamos para o quarto dela, junto com a flor, é claro. Ela acordou de bom humor e até passou o dia fora do quarto. Mas a verdadeira revolução do dia, senhoras e senhores, não foi ela, fui eu.
Não só acordei às 8 horas da manhã, como também resolvi cuidar de minhas celulitinhas, finalmente. Quando estava em BC, dissera que, ao chegar em Curitiba, ia praticar a dança do tapete todos os dias e logo após, daria 3 voltas de bicicleta na Colônia Japonesa (?), o que até hoje não havia sido realizado por duas razões:
  • esqueci meu tapete no apartamento do meu avô em BC
  • tenho uma preguiça realmente grande de pegar a chave do cadeado da minha bicicleta, pegá-la, levá-la até a rua e é claro, de andar nela
    MAS, senhoras e senhores, como eu havia pensado antes, hoje foi o começo de uma nova era, e eu, do nada, peguei a chave do cadeado da minha bicicleta, peguei ela, levei ela até a rua e é claro, andei nela. Mas não dei só 3 voltas na quadra. Eu dei quinze. Vejam só que orgulho. Não quero nem pensar em como minhas pernas vão estar amanhã, só quero pensar no orgulho que o meu pai deve estar sentindo de mim. Afinal, não é todo dia que uma sedentária corcunda consegue dar 15 voltas de bicicleta em sua quadra. Principalmente quando ela -a quadra- é cheia de subidas, descidas e coisas do gênero -ex: lombadas, que são realmente assustadoras. Acho que acompanhada pela playlist Parapapapa... do meu iPod eu consigo fazer -quase- qualquer coisa.

    que o espírito de natal carnaval invada seu coração e lhe proporcione lindas revoluções como a minha
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