26 de jan. de 2008

TPM & pantufas do Pooh

Eu não queria escrever um texto reclamando da minha vida, falando que eu ando muito estranha ultimamente e que apreciaria uma ajudinha -afinal após ler esse livro comecei a tentar parar de pensar em coisas ruins o tempo inteiro-, mas vou te contar, sou uma linda garota que às vezes -raramente- não consegue ver nada de bom em sua vida, e, peço perdão aos meus lindos fãs do mundo todo que passaram tanto tempo esperando por minha grande volta, mas hoje eu vou ter que dar uma reclamadinha. Não que minha vida seja horrível ou qualquer coisa assim, mas às vezes eu simplesmente me recuso a olhar para as coisas boas que me acontecem. Não sei se essas situações são proporcionadas por hormônios ou por carência, mas suponho que neste momento, sejam os dois.
Uma semana atrás, creio eu, graças a um lindo acontecimento mensal da vida feminina, eu resolvi me isolar do mundo.

Imaginem só que coisa bacana, eu passando a madrugada editando fotos minhas no Photoshop, tentando fazer com que alguma fique bonita. Mas não adiantava, mesmo se eu achasse uma foto bonitinha, eu pegava e estragava a foto botando um efeito podre. Então, depois de um grande trabalho em vão, depois de trocar minha foto do Orkut pela quinta vez, resolvi enganar meus amiguinhos, colocando uma foto de minha avó -com quem me pareço muito- em meu lindo perfil.


Eu comecei a passar meu tempo fazendo coisas totalmente inúteis, a comer um pacote de biscoito recheado por tarde e a ter alguns problemas com as pessoas que convivo -ou melhor, com quem deveria conviver. A cada vez que meu irmão -que operou o joelho faz uma semana- me chamava, fosse para buscar gelo ou para lhe dar seu remédio, eu me estressava, dizia que nossos pais tinham comprado as muletas para ele se mexer e pegar as coisas ele mesmo -o que é uma mentira, a gente já tinha muletas em casa, afinal meu pai foi atropelado há 4 meses, agora ele está bem obrigada-, que eu não vivia para fazer as coisas para ele. Ou quando alguém vinha falar comigo, fosse no msn ou no Orkut, eu deixava de lado, inventava que estava com sono, doente, que estava lendo ou qualquer outra desculpa retardada que você possa pensar. Quando meus vizinhos vinham me chamar para brincar lá fora, as desculpas eram ainda piores, afinal são férias de verão e não posso falar que estou fazendo tarefa.
Tudo isso, que, como já disse, fora proporcionado por algo denominado Tensão Pré-Menstrual, proporcionou a carência, que acabou me fazendo sentir pena de mim mesma, sozinha neste mundo cruel, o que me deixou mais mau-humorada -ou seria pior-humorada?!- e estranha, mas que me fez querer parar de me isolar do mundo. Então resolvi sair e fazer alguma coisa, vejamos que maravilha, seria minha primeira saída de casa em 4 dias, seria realmente muito legal. Seria. Depois de lavar meus cabelos, escolher uma roupa legal e secar meus cabelos, liguei para a primeira amiga. Ela não atendeu. Tudo bem, as outras atenderiam. A segunda também não atendeu. Nem a terceira. Nem nenhuma outra, eu acabei desistindo na quinta. Lá fui eu, com meu lindo cabelo brilhoso, minha roupa legal e minhas pantufas do ursinho Pooh, em direção a sala de TV. Depois de dois episódios de Ugly Betty, um de Gilmore Girls e um de The O.C., meu pai começou a gritar da cozinha. "Levanta daí, menina, vai lá correndo chamar seu irmão que sua mãe está passando mal." Eu obedeci, afinal ele tinha meio que me assustado com essa história da minha mãe estar passando mal, e acabei nem me dando conta que fui para fora de cassa de pantufas. Atravessei a rua e toquei a campainha da casa da namorada de meu irmão -É ISSO AÍ, ENQUANTO EU E MEU NAMORADO TERMINAMOS PORQUE EU MORO NO BRASIL E ELE NA FRANÇA, A NAMORADA DO MEU IRMÃO MORA NA CASA DA FRENTE, puta mundo injusto, meo-, contei a ele o que acontecera e fomos os dois para casa, eu correndo e ele o mais rápido que podia com suas muletas. Quanto chegamos, meu pai já estava trancando a porta de casa e nos dizendo para entrar no carro. Pai, eu estou de PANTUFAS, eu quis dizer, mas dada a situação eu achei melhor ficar quieta. Fomos até um posto na estrada, onde minha mãe, que não estava sentindo os braços, as pernas ou a orelha, rezava desesperadamente, sendo que ela estava com falta de ar, com falta de ar e rezando em voz alta, veja só que ótima idéia. Levamos ela ao hospital, e enquanto ela era atendida, eu e meu irmão sentamos na sala de espera criticando as pessoas que estavam ali em francês -afinal a gente chegou ali e não tinha lugar, e quem disse que alguém resolveu ser educado e ceder o lugar para o meu pobre irmão de muletas?!- e relembrando músicas velhas. É claro que todas as pessoas simpáticas da sala de espera estavam olhando para mim, observando minha linda pantufa e pensando em como eles iriam contar para os amigos depois -"Ei, você não vai acreditar. Eu estava no hospital na sala de espera, quando entra uma menina toda arrumada, e usando pantufas do ursinho Pooh! No hospital! E uma estava rasgada atrás, dava para ver todo o algodão, dava até a impressão que ia cair e que ela ia deixar um rastro de algodão para trás, HAHAHAHA, rastro de algodão.".
Depois desse episódio horrível de minha vida, depois que descobri que minha mãe não tinha nada, estava somente estressada, me dei conta do quanto a minha família é importante para mim. Mentira, na verdade eu só me dei conta disso agora que eu escrevi. Vou descer la na sala e passar um tempinho com eles.
Puts já é uma da manhã, eles já estão dormindo e tenho certeza que quando estavam lá embaixo se perguntaram "Por que será que a Giovana está se isolando do mundo?!". Mal sabem eles da minha linda conclusão, mal sabem eles que amanhã vou por um ponto final nessa história de isolamento.

2 comentários:

lucas disse...

e talvez o tédio das suas férias de verão acabe :D

beijo do amiguinho

Maria disse...

adoro seu blog e esse seu jeito de escrever todo cecily von ziegesar HAUHAUHUAA ;)