27 de jun. de 2008

Am I A Hurricane?!

Ned: "A minute’s a long time: a lot can happen in a minute. Besides, the longer someone’s around that’s not supposed to be around, the more likely that something will happen. Not necessarily directly or by any fault of theirs, but y’know, butterfly wings and such."

Chuck: "What about them?"

Ned: "They cause hurricanes."

Chuck: "Oh, right."




Eu ia começar a escrever hoje falando sobre a Chuck e o Ned. Falando sobre como, em um episódio, ela ficava feliz em descobrir que, como qualquer outro casal, ela e Ned tinham problemas bobos, e como isso meio que fazia ela esquecer do problema maior, o problema envolvendo a impossibilidade deles se tocarem. Isso me fez, como qualquer outra coisa que me acontece nessa vida, pensar no Felix.
Foi então que resolvi que iria mudar o começo de meu texto, mas agora que comecei a falar sobre isso acho que não poderei mais ser detida. Aqui vou eu.
Quando namorávamos, eu e F. não tínhamos muitos problemas. Não que eu me lembre. E eu tenho memória boa. Não sei se era porque fingíamos ou porque éramos apaixonados demais para ver qualquer defeito que fosse um no outro, só sei que o nosso único problema era justamente que não podíamos nos tocar. Eu podia passar horas olhando para ele na webcam, pensando no quanto eu queria estar deitada no colo dele enquanto ele me mostrava a nova música que tinha composto em sua guitarra. Era como se estivéssemos lado a lado, mas a verdade era que tinha um oceano nos separando. A verdade é que tinha um oceano de dez mil quilômetros nos separando.
Eu lhe contava meus dias nos mínimos detalhes e ele adorava tudo que eu dizia, ou pelo menos assim parecia. En-MEU DEUS, eu preciso parar de falar nesse menino. Alguém me detenha, assim não dá mais. Quero me convencer de que eu só finjo que tudo era perfeito quando namorávamos, mas tudo era perfeito sim. São memórias tão boas que eu não consigo deixá-las para trás. E isso acaba me prejudicando, fazendo que eu não possa viver, viver para poder, no futuro, ter memórias boas que não envolvam o Felix ou minha vida na França. Alguns podem interpretar esta minha mini-crise como é simples, você ainda é apaixonada por ele, mas eu não sou. Juro.
Eu estava pensando hoje, enquanto comia um (ou quem sabe quatro) pedaço de bolo e tomava três quartos da garrafa de leite, no quanto as coisas melhoraram de três semanas para cá. Então me dei conta de que, mesmo assim, eu não escrevo muito sobre o presente aqui nesse blog. Dizendo presente eu quero dizer que eu nunca escrevo sobre um livro legal que eu esteja lendo, ou sobre como eu, do nada, comecei a gostar de Michael Jackson (mesmo continuando tendo medo dele), ou até, vejam só, sobre como a minha vida melhorou de três semanas para cá. Sobre o PORQUE da minha vida ter melhorado de três semanas para cá, sobre como estou animada para a semana que vem, sobre as listas-de-coisas-a-fazer-antes-dos-trinta-e-um que eu comecei a fazer esses dias ou sobre os pesadelos que ando tendo sobre Hitler.
E aqui estou eu, à meia noite, escrevendo nesse blog ao som de - é isso aí - Michael Jackson, em vez de estar assistindo a reprise de Pushing Daisies, ou de estar fazendo algo mais educativo como pesquisando sobre o aquecimento global para a redação de português, inventando mais revoluções que provavelmente não vão se realizar, mas querendo fortemente que isso mude.
SENHORAS E SENHORES,
A partir da meia-noite do dia 27/06/08, Giovana Feix está proibida de escrever qualquer coisa que tenha a ver com seu ex-namorado sueco, mesmo ele tendo sido muito importante para ela durante os 9 meses em que namoraram. Se, depois dessa data, o nome deste menino for citado neste blog, Giovana se auto-humilhará postando textos sobre sua primeira paixão escritos quando ela tinha 11 anos.
Obrigada pela compreensão.
Giovana Feix.

Agora vocês podem todos rever o vídeo do começo para esquecer das minhas neuras idiotas. Ou quem sabe das neuras de vocês. O efeito, eu prometo, será imediato. Principalmente se você assistí-lo várias vezes seguidas.

22 de jun. de 2008

Party Time

Ontem, uma hora da manhã:
"Eu consegui. Fazer uma coisa diferente.
Quem sabe não tão diferente assim, mas pelo menos um bocado diferente do que fiz no fim de semana passado. Que quem sabe não seja assim tão comparável, afinal eu estava doente e tive de passar dois dias extremamente desagradáveis de cama. A verdade é que eu tive de passar 5 dias de cama, mas os outros dias não podem contar como desagradáveis, afinal eram dias de semana e isso muda a situação completamente. Saber, ao ver que são 15h38 no rádio-relógio ao lado da cama, que enquanto minha professora de matemática fala sobre Bháskara e raízes de delta eu estou assistindo TV torna os episódios repetidos e quintos-filmes-assistidos-no-dia coisas não tão terríveis assim, se você está conseguindo acompanhar meu raciocínio.
Mas bom, eu estou querendo chegar é no ponto em que eu falo sobre o que eu fiz, afinal dois parágrafos já se foram e aqui estou eu, fazendo o que mais me faz sentir útil nesta vida; escrevendo textos enrolados e com detalhes desnecessários. Não posso me conter de parar um pouquinho de duas em duas frases para descascar o esmalte vermelho de minhas unhas das mãos. Aliás, se tem uma coisa que, contrariamente a escrever textos enrolados e com detalhes desnecessários, me faz sentir burra e inútil é pintar minhas unhas. Como diria o meu pai, como pode uma menina que fala 4 línguas e só tira 10 em matemática ter um quarto tão bagunçado? não ter capacidade de pintar as próprias unhas sem que uma grande parte dos dedos seja pintada também? É... complicado, eu diria.
O fato é que ainda não cheguei ao ponto em que queria. E que criei uma grande expectativa para algo, bem, não-tão-expectatível-assim. É que hoje, meus lindos leitores, depois de ter ganho inúmeras prendas na pescaria na minha festa de São João escolar, botei uma roupa legal e fui para uma festa. Onde não tinha pescaria. Nem prendas.
Antes de hoje, se alguém me perguntasse se eu gostava de festas (o que não é uma pergunta muito comum, acabo de me dar conta), eu diria que sim. Eu diria que ah, meu amigo, eu amo festas. Mas hoje me dei conta de que, por uma razão que procuro um dia saber explicar, ir a festas perdeu um pouco a graça para mim.
Quem sabe seja porque eu mudei. Quem sabe seja porque nunca sou convidada para nenhuma, e que quando tem alguma festa eu crio uma expectativa tão grande que acabo me decepcionando. Mas eu acho mesmo que é porque eu meio que vivo com o 'fantasma' da primeira festa para qual fui convidada.
Eu tinha 12 anos e era meio loser na minha escola, até o dia em que a professora de inglês me separou de minhas amigas. Ela era uma das únicas que nos obrigava a sentar em lugares que ela escolhia, e me botou ao lado de uma menina alemã chamada Florentine. Ela era linda, tinha roupas lindas e sempre era convidada para festas, que deviam com certeza ser lindas também. Nós começamos a conversar de vez em quando, e acabamos, bem, não nos tornando grandes amigas, mas tendo um papinho legal até. Um dos nossos assuntos predominantes era um menino da sala dela, um menino que eu não conhecia direito, mas que era meio que minha paixão platônica. Eu expliquei para ela como ele era e ela me disse que ele se chamava Felix. A gente nunca tinha se falado e eu sempre ficava idiota quando tinha que falar com ele, como quando Florentine me obrigava e... bem, essa na verdade essas eram as nossas únicas... 'conversas'.
Um dia, em novembro, ela abriu sua agenda e rasgou um pedacinho de papel. Nele escreveu alguma coisa, e me entregou depois. Deu uma piscadinha e me disse 'O Felix vai estar lá'. No papel estavam o nome completo de Florentine, seu endereço e um horário. Ela estava me convidando para sua festa. Eu não sabia direito como reagir, então agradeci e guardei o bilhete na minha mochila. Guardei o bilhete preciosamente na minha mochila.
Eu sabia que nunca teria chances com Felix, então evitava pensar nele. E Florentine era a única pessoa com a qual eu falava dele na verdade. Eu estava tentando esquecê-lo, e um menino sentado à minha frente na aula de matemática estava me ajudando. Ele se chamava Alex(ander), e foi o meu primeiro namorado. Não que tenha durado muito, e que eu tenha mesmo esquecido o Felix namorando com ele, mas foi um namoro cheio de acontecimentos; o primeiro selinho, o primeiro beijo, a primeira pessoa com quem andei de mãos-dadas, e a primeira pessoa com quem eu tive de terminar, o que na verdade teve que ser feito apenas três semanas depois de começar.
Eu gostava dele. Ele tinha sardinhas e olhos azuis profundos, e sempre falava alguma coisa filosófica quando saíamos, como por que as pessoas correm na chuva? Elas acabam se molhando do mesmo jeito, porque recebem mais gotas com mais velocidade. Eu nunca parava para pensar se as coisas que ele dizia eram verdade, mas eu achava engraçadinho ele as dizer.
Ele também gostava de mim. E, um dia, disse que me amava. Foi aí que eu senti tudo desmoronar. Meu Deus, eu não posso namorar esse menino. Eu ainda era apaixonada por Felix, e namorar Alex era a coisa mais ridícula a se fazer. Eu tinha que terminar com ele, o mais rápido possível. Mas eu não conseguia. Era muito difícil. Comecei a evitar ele, e foi nessa época (nessa semana, na verdade) que a festa de Florentine se passou.
Eu estava de castigo, na verdade, por uma outra coisa idiota que tinha feito, e minha mãe me prometera que eu não sairia de casa por mais de 2 meses. Mas ela tem coração-mole, e acabou me deixando ir, afinal eu nunca tinha sido convidada para uma festa mesmo, e se eu não fosse seria um ponto a menos para mim. Não sei se foi porque eu não tinha roupas de festa, porque eu não sabia se tinha de ir muito arrumada ou não, ou porque fui direto da corrida de bicicleta do meu pai para o shopping e do shopping para a festa, mas quando eu cheguei lá, me senti um pouco... diferente das outras pessoas. Meu cabelo estava preso num rabo, eu estava sem maquiagem nenhuma e vestindo uma roupa-de-todos-os-dias. Não que todo mundo tenha parado para me olhar ou nada assim, mas eu me sentia meio deslocada do mesmo jeito. Tinham várias latinhas de energético lá, e, sem saber direito o que era, bebi duas sozinha. Fiquei um pouco animada demais, e comecei a dançar e gritar e cantar todas as músicas. As pessoas já estavam me olhando torto, nunca tinham me reparado na escola, e não sabiam o que eu estava fazendo ali exatamente. Foi aí que começou a tocar uma música lenta. Quem sabe alguém tenha posto por querer, para eu parar de dançar. Eu só sei que, sem nem perceber (HAHA aham, sem nem perceber), eu comecei a dançar com o Felix. Abraçada nele. Sentindo o cheiro dele. Eu estava dançando com ele.
O fato dele ser duas cabeças mais alto que eu não fazia a mínima importância, a gente encaixava direitinho. Eu sei que parece meio cliché mas, era como se tivéssemos sido feitos um para o outro. O cheiro dele era tão bom, e fazia com que eu me sentisse segura, mesmo se eu nunca tinha sequer ouvido o som de sua voz. Depois que acabou a primeira música lenta, começou outra, que também era lenta, e a gente não se largou. A gente nem olhou para cima na verdade, só continuamos ali. Os amigos dele começaram a fazer piadinhas e a falar para ele pegar na minha bunda, mas ele não achou graça e continuou ali, dançando comigo, com a menina estranha da festa. Eu não conseguia acreditar. Foi um dos momentos mais importantes da minha vida, e eu estou falando sério. É aquele tipo de momento que relembrar me deixa feliz e me faz sentir importante, do qual não quero nunca me esquecer.
Depois que as músicas lentas acabaram, eu e Felix nos separamos. Eu fiquei meio desorientada e ele foi falar com seus amigos. Foi aí que, do nada, várias meninas vieram falar comigo. "Meu Deus, você tem que ficar com ele!", "Vocês são o casal perfeito!" foram algumas das poucas frases que eu conseguira entender, afinal elas falavam em um francês rápido demais para mim e estavam falando todas ao mesmo tempo. Eu não sabia o que dizer. Eu estava namorando o Alex. Mas era o Felix, pelo amor de Deus. Era aquele menino dos meus sonhos, aquele no qual eu pensava antes de dormir, e, nossa, eu tinha dançado com ele. E se aquelas meninas estavam me dizendo todas aquelas coisas, devia ser verdade. Sem saber direito o que eu estava fazendo, comecei a olhar para ele, do outro lado da sala. E ele olhava para mim. Estávamos os dois super agitados, bebendo mais e mais latinhas de energético.
Começaram músicas animadas. Bem animadas. Ou então era eu que estava animada demais. Eu e Felix começamos a dançar e gritar juntos, e eu nunca me diverti tanto. Formamos uma roda e chutávamos para o centro, pulando, e eu ria, olhando para ele, que estava do outro lado. Pulávamos com nossos braços para cima cantando músicas erradas um na frente do outro, e fazíamos solos de air guitar maravilhosos. As pessoas começaram a cantar com a gente, e eu nunca tinha me sentido tão especial. Eu ainda me lembro da roupa que ele estava usando esse dia, e em como, quando eu o perdia de vista, era fácil encontrá-lo, aquele menino alto-demais vestindo uma camisa pólo listrada. Ao final da festa, enquanto eu tentava acreditar no que tinha acontecido, ele perguntava a seus amigos, 'quem é essa menina?!'.
Depois dessa festa, terminei com Alex. Dois meses depois, comecei a namorar com Felix. Muitas festas passaram desde então, mas nenhuma conseguiu superar a de Florentine. Não foi por falta de Felix, afinal ele esteve presente em muitas outras; muito menos de energético. A verdade é que eu não sei explicar o porque exatamente de eu sempre sair de uma festa pensando no quanto eu me divertira mais naquela outra. Naquela outra."

18 de jun. de 2008

Parce Qu'On Sait Jamais

Eu sei, parece inacreditável, mas eu cansei de verdade de viver a vida desse jeito. Perdeu a graça. Não consigo passar mais de uma hora no computador, e não é porque não recebo nenhum recado no orkut. Tá bom, quem sabe não seja porque eu não recebo nenhum recado no orkut. A verdade é que eu, finalmente, me dei conta que eu tenho uma vida para viver, e que ficar presa aqui dentro de casa não serve para nada. Me dei conta de que eu posso sair e fazer os curso de teatro, italiano, violão, piano, fotografia, espanhol, russo e sueco que eu estava querendo tanto. Ou pelo menos eu posso fazer um desses. O que eu quero dizer é que os dias onde eu apenas ia para a escola e voltava, achando ruim quando tinha de ir à aula de inglês, estão acabados. E me recuso a dizer "espero". Eu vou fazer isso acabar. Quem sabe essa minha pequena onda revolucionária seja porque tudo parece estar dando bem no momento, ou quem sabe eu esteja me sentindo tão bem nesse momento por causa dessa pequena onda revolucionária.
Mas eu vou fazer de tudo para que ela não vá embora.
PS: Eu sei que o texto ficou todo curtinho e chatinho, mas era porque, bem, eu não tinha muita coisa para contar. Ou quem sabe seja porque eu estava evitando falar sobre o Felix.
PPS: Falando nisso, devo deixar bem claro que faz muito tempo que não penso nele, e que pretendo em breve esquecê-lo por completo. O método ainda não foi descoberto, e ajudas são aceitas.
PPPS: Para a felicidade da nação, começarei desde este momento a escrever com mais freqüência. O que, quem sabe vai fazer com que eu faça tarefas escolares com menos freqüência, mas será que alguém liga?!

16 de jun. de 2008

"Hey Claire, don't leave, stay, let's have breakfast!"


4 de jun. de 2008


Entro agora naquela inevitável parte do ano em que o mundo parece querer se vingar de mim. Naquela parte do ano em que tudo parece querer me mostrar que, não, Giovana, não adianta você fingir que está tudo bem, você está sozinha. Mais uma vez.
O negócio é que, esse ano em especial, o dia dos Namorados está conseguindo me fazer sentir ainda pior. E não é porque está frio, porque eu estou com espinhas excessivamente grandes em ambos lados de minha face ou porque amanhã será o último episódio de Pushing Daisies. É por causa do arrependimento. É por causa de um grande arrependimento.
Ano passado, nessa mesma época do ano, eu tinha recém chegado ao Brasil. Era a época em que eu passava meus dias falando com o Felix no msn, escrevendo cartas para o Felix, chorando porque queria estar com o Felix, contando histórias do Felix para a minha mãe para que ela se desse conta do quanto ela tinha estragado a minha vida por ter me obrigado a me mudar, ou dormindo. Ahh, essa era a melhor parte do dia; a noite. Era aí que eu podia me esquecer de todos os meus terríveis problemas e sonhar. Com o Felix, é claro.
Eu me lembro do que eu lhe escrevia nas cartas, em especial na carta que eu lhe mandei em junho, mês dos namorados.
"É tão horrível viver sem você, meu amor. Todos os dias tenho que almoçar com meu pai e meu irmão, e vamos sempre no mesmo restaurante. Sinto falta de quando eu e você almoçávamos juntos, e em que entrávamos no msn correndo todos os dias depois da aula para podermos nos ver enquanto nos falávamos no telefone. Agora aqui no Brasil é dia dos Namorados (eu sei, que idiota, estamos em junho), e eu estou me sentindo tão mal. Queria que você estivesse aqui e que a gente pudesse comemorar esse dia juntos. Queria poder te mostrar minha cidade e te levar no meu restaurante preferido. Queria poder te abraçar e beijar aquela sua pintinha no pescoço. Mas não. Não sei quando a minha mãe vai me deixar ir te ver, mas eu não aguento mais esperar. Estou morrendo de saudades. Te amo pra sempre. "


Meu Deus, como pensar nisso me faz sentir horrível. Eu vi o Felix. 10 dias atrás eu estava com ele. Bem, não exatamente com ele, mas estávamos no mesmo país. E eu tive a capacidade de ter medo de me aproximar.
Eu sei, eu sei, "se não foi é porque não era para ser", mas meu Deus. Nós já tínhamos sido tão íntimos e apaixonados um dia, e agora nos vimos e ficamos como dois idiotas, cada um do seu lado, com medo de fazer alguma coisa.
Enquanto eu estive lá, fui para a escola todos os dias com minha amiga. E, quando estávamos na mesma sala, eu e o Felix sentávamos cada um em um canto. Eu olhava para ele de vez em quando, e às vezes nossos olhares se cruzavam. A gente dava uma risadinha e já olhava para outro lugar, fingia ter alguma coisa para dizer à pessoa sentada ao nosso lado ou ter um súbito interesse no que o professor estava explicando. Quando estávamos em uma roda de amigos, sempre ríamos das piadinhas-sem-graça um do outro, e a lista de atitudes-idiotas-de-pessoas-apaixonadas continua.
Quem sabe se eu tivesse ficado lá um dia a mais, teria ficado com ele. Quem sabe eu vá passar o resto da minha vida pensando "e se...". Quem sabe um dia a gente vá se ver de novo. Quem sabe não.
Quem sabe eu deva então simplesmente continuar minha vida, e aprender a viver com tantos quem sabes.