25 de abr. de 2008

Traumas de Infância

Ouçam a música VALERIE, da Amy Winehouse (presente ali do lado para facilitar a vida de todos OBVIAMENTE), e SORRIAM, caros leitores, pois estou de volta!
Deviam ser umas sete da manhã quando vi que minha mãe já tinha ido embora. Eu tinha acordado (certamente não para sair e dar caminhadas pelo condomínio) porque, como sempre, uma de minhas meias tinha caído do meu pé, o que proporcionou aos meus lindos pés-tamanho-trinta-e-seis-com-unhas-pintadas-de-laranja um frio não-tão-agradável-assim e um acordar não-agradável-de-todo às sete e meia da manhã.
Não sei por que eu gosto tanto de dormir. Até os 9 anos, época em que eu finalmente parei de [cochichando]fazer xixi na cama[/cochichando], a hora de acordar era a parte mais horrível do dia. E não era porque era cedo demais, ou porque estava muito frio, o que agora fazem do meu acordar a parte mais horrível dos meus dias. Era porque todo dia, todo dia, eu acordava, hmm... molhada. Meu pai nunca gostou dessa história e achava que era eu que tinha preguiça de levantar de madrugada e ir ao banheiro. Ele brigava muito comigo todos os dias de manhã, seus argumentos sendo "A empregada não pode lavar seus lençóis todos os dias, ela tem outras coisas para fazer" ou "Todas as cobertas da casa já estão fedendo xixi! O que mais você quer, menina?!". É claro que, aos seis anos de idade, não tinha nada que eu pudesse fazer. Na verdade, acho que mesmo se fosse agora, ainda não teria nada que eu pudesse fazer. Não era minha culpa. Eu juro. Até os seis anos de idade, eu dormia de fralda, e sonhava de noite com as coisas mais horríveis e constrangedoras, meu sonho-principal-e-mais-sonhado-de-todos sendo aquele aonde eu acordava e ia para a escola de fralda, o que rendia muitas risadinhas de meus colegas e principalmente dele: Daniel, minha primeira paixão. Tínhamos muitos problemas, o principal sendo o fato dele torcer para o Coxa e eu para o Atlético, e um dos muitos outros sendo a outra namorada dele, a quem ele preferia claramente, eu lembro direitinho, ela se chamava Aline e se achava claramente superior a mim, só porque ela também torcia para o Coxa e que isso fazia com que eles tivessem tudo-a-ver.
As fraldas foram abandonadas, junto com os sonhos traumatizantes, mas não porque eu tinha aprendido a controlar a bexiga. Meu pai estava tentando uma nova técnica: tirando a fralda, eu não estaria tão *confiante* para fazer xixi, portanto, obviamente, não faria. Meu pai já tinha tentado de tudo: homeopatia, fitas para ouvir antes de dormir, plástico forrando o colchão, mas nada, nada adiantava.
Um dia, quando eu já morava na França e já não tinha mais esperanças de um dia ser uma pessoa normal que não fazia xixi na cama, acordei seca. Não era uma coisa muito.. bem, comum para mim, mas eu não pensava que no outro dia, quando acordaria, estaria seca de novo. Mas eu estava. Foi então que percebi que tinha alguma coisa muito estranha acontecendo. Na verdade percebi era que uma coisa muito legal estava acontecendo. Eu mal consegui acreditar quando, no dia seguinte, acordei seca de novo. Saía gritando pela casa "MÃE! FAZEM TRÊS DIAS QUE ESTOU SEQUINHA MÃE, TRÊS DIAS! SOU UMA MENINA GRANDE!".
Quando era oficial que Giovana não fazia mais xixi na cama, a família inteira ficou sabendo. Meus dois avôs, que também tiveram esse problema na infância, ficaram muito orgulhosos de mim e a procura por uma solução para o meu problema deixou de ser o assunto principal da minha família. Eu não acordaria mais de manhã tão desesperada e com medo do que meu pai diria ao ver que eu tinha feito xixi de novo a ponto de rezar para que Jesus, de algum jeito, fizesse com que meu xixi evaporasse. E, meu Deus, como isso me fazia sentir bem.

2 comentários:

Anônimo disse...

meu marco foi quando aos 7 anos parei de tomar leite na mamadeira :)

Anônimo disse...

aai, faz um post sobre corações partidos??
:( favor ae :| :)