31 de out. de 2008

Para baixo do tapete

"Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento"; disse Clarice Lispector. Eu não quero ser irônica, mas vou admitir que, no começo, eu meio que não entendi o que ela quis dizer com isso.
Eu sei que, no post passado, eu parecia estar bem e estar entendendo tudo na minha vida, e mesmo para mim parecia, de verdade, que eu estava. Mas agora eu vejo que não. Não sei quem disse isso, mas sei que alguém disse que "quando a gente pensa que sabe todas as respostas, a vida vem e muda todas as perguntas", e, meu Deus, como isso é ruim.
Como é bom quando a gente entende as coisas, quando a gente sabe das coisas, quando temos controle sobre elas. Como é bom estar bem consigo mesmo, como é bom se aceitar, se entender. Mas então me dei conta: será que para estar bem consigo mesmo, para se aceitar, precisamos mesmo nos entender?
É difícil saber apreciar o não-entender. Mas, agora eu vejo, não é impossível. Não mesmo. Não é impossível conseguir ver o lado bom das coisas, não é impossível conseguir se adaptar a elas, mesmo quando não as entendemos. Não é impossível gostar de quando as coisas não vão como a gente as planeja. Não é impossível entender que tudo isso na verdade é a beleza da vida, é a simplicidade dela.
Não sei bem se o não-entender tem um nome. Não sei se pode ser chamado de ingenuidade, mas tenho certeza de que de ignorância não pode ser. É uma certa leveza, uma certa, ingenuidade sim, mas de um jeito diferente. É como o tempo: ele passa tão rápido... Pelo menos até a gente perceber que ele passou. Quando isso acontece e a gente se fascina com o fato do tempo ter passado rápido, é incrível; o tempo começa a passar devagar. É como se perceber, como se entender, fosse errado, como se não fosse nosso direito.
Quem sabe às vezes seja melhor deixarmos nossas dúvidas e preocupações de lado, quem sabe às vezes devamos simplesmente empurrá-las para baixo do tapete, para conseguirmos aproveitar um pouco a vida sem entender. Porque cada momento realmente é único na nossa vida, e que viver o presente é melhor do que lembrar do passado ou planejar o amanhã.
Se bem que, quem sabe, às vezes, lembrar do passado ou planejar o amanhã possam fazer parte do nosso hoje.
Ah, quer saber, eu não sei. Fiquei por um momento pensando que tudo fazia sentido, mas a verdade é que não. Mas não tem problema, não tem problema mesmo, eu não entender. Viver ultrapassa qualquer entendimento.

3 comentários:

marcos disse...

oi,eu gosto muito do seu blog,consequente mente de vc
apesarde nao te conhecer claro.
mas vc me parecebem legal, e parece tambem gostar de filosofarsobre o q faz acho isso muuito legal
parabens

Anônimo disse...

oi! :)

Mii ♥ disse...

Realmente, acredito que agora percebo o 'não-entender'. Ficamos tempos e tempos tentando entender porque acontecem as coisas, o que na verdade devíamos nos preocupar em aproveitar melhor a vida.

beijos.

P.S.: Sempre visito aqui, mas nem sempre comento ;D